quinta-feira, 26 de agosto de 2010

A Preservação do Território Brasileiro

             No final do século XVIII, as restrições econômicas de Portugal ao Brasil chegaram ao seu ponto máximo, ao mesmo tempo em que as idéias liberais difundiam-se pelo país. A Inconfidência (ou Conjuração) Mineira seria o primeiro movimento a manifestar claramente a intenção de roper com Portugal. Alguns anos depois eclodiria a Conjuração Baiana (também chamada de Inconfidência Baiana), movimento com características acentuadamente populares. Em 1817 ocorreria em Pernambuco a chamada Insurreição Pernambucana, a maior rebelião colonial pela independência.
  •  O Brasil Considerado Terra de ninguém: O direito de Portugal e Espanha sobre as terras da América, estabelecido pelo Tratado de Tordesilha, nunca foi reconhecido por nações como França e Inglaterra. Por isso, fizeram diversas tentativas para dominar certas regiões do Brasil.
  • França Antártica: A fundação da França Antártica na Baía de Guanabara deu-se em 1555, por tropas comandadas por Nicolau Villegaignon. Os franceses mantiveram por um bom tempo suas posições com a ajuda dos indígenas (Confederação dos Tamoios). No Governo de Mem de Sá, os franceses foram expulsos, em 1567, por tropas comandadas por Estácio de Sá.
  • França Equinocial: A fundação da França Equinocial deu-se no Maranhão, por tropas comandadas por Daniel de La-Touche. Neste local, os franceses fundaram o forte São Luís. Os franceses foram expulsos por tropas comandadas por Jerônimo de Albuquerque e Alexandre de Moura, em 1615.
  • Domínio espanhol: D. Sebastião morreu sem deixa descendentes. O trono português foi assumido pelo seu tio-avô, o cardeal  D. Henrique, que morreu dois anos depois. Felipe II, Rei de Espanha, e neto de D. Manuel, acaba conquistando o trono português e promovendo a União Ibérica (1580 - 1640). É durante o domínio espanhol que os holandeses decidem invadir o Nordeste brasileiro para romper o bloqueio econômico que Felipe II pretendia impor à nascente República das Províncias Unidas.
  • Invasão  holandesa à Bahia: O lugar escolhido para a primeira invasão foi a capital da colônia, Salvador. Sem encontrar grandes resistências, os holandeses rapidamente dominaram a cidade. Enfrentaram, contudo, uma lenta e desgastante reação guerrilheira, que tinha entre seus líderes o bispo D. Marcos Teixeira. Para auxiliar os colonos na expulsão dos holandeses, uma poderosa esquadra luso-espanhola foi enviada ao Brasil, sob o comando de D. Fradique de Toledo Osório. Cercados por mar e terra, os holandeses renderam-se em 1°. de maio de 1625.
  • Invasão holandesa de Pernambuco: A segunda invasão holandesa ocorreu em Pernambuco, a mais rica Capitania da época. O Governador Matias de Albuquerque não dispunha de forças suficientes para resistir; fugiu, então, para o interior, onde fundou o Arraial do Bom Jesus. Para combater os holandeses, adotou a tática da guerrilha, que estava dando bons resultados até que Calabar decidiu auxiliar os holandeses, fornecendo-lhes preciosas informações sobre a região. Os holandeses conseguiram liquidar a resistência luso-brasileira e nomearam João Maurício de Nassau Siegen Governador Geral da Colônia Holandesa. Nassau realizou uma habilidosa administração, fazendo diminuir a revolta dos luso-brasileiros contra a ocupação holandesa. Governou de 1637 a 1644, ano em que retornou a Holanda em razão de desentendimentos com a companhia da Índias Ocidentais (WIC).
  • A Insurreição Pernambucana: Depois da saída de Maurício de Nassau, a administração holandesa tornou-se mais cruel e prepotente. Por isso, os colonos organizaram um amplo movimento de combate aos holandeses, denominado Insurreição Pernambucana. Nas lutas empreendidas contra os holandeses destacam-se as vitórias alcançadas nas Batalhas dos Guararapes. A rendição final dos holandeses dá-se em 1654, quando os luso-brasileiros conseguem cercá-los, com a ajuda de uma esquadra comandada por Pedro Jacques de Magalhães. A rendição holandesa só produziu efeitos plenos em 1661, com a assinatura da Paz de Haia.
  • A decadência econômica portuguesa: Ao final da União Ibérica, Portugal estava numa situação de profunda crise econômica. A essa altura, somente o Brasil lhe restava entre as colônias economicamente importantes. A concorrência do açúcar antilhano e o início da dependência política e econômica em relação à Inglaterra assinalam esse período de crise para Portugal.
                                   
                               Os Navios holandeses



                      
Sugestões de livros
  • HOLANDA, Sérgio Buarque de. História geral da civilização brasileira. 1973
  • MENDES JÚNIOR, Antônio; RONCARI, Luiz & MARANHÃO, Ricardo. 1989
  • MOTA, Carlos Guilherme. Idéia de revolução no Brasil (1789-1801). 1979

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